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Espiritualidade da unidade

Profundamente marcado por muitas contradições dramáticas e, no entanto, tão rico de correntes de renovação, o nosso tempo se mostra invadido pela ação do Espírito Santo, como aconteceu nos momentos mais cruciais ao longo da história da humanidade.

Entre os sinais de esperança do nosso tempo, se encontra uma nova corrente de espiritualidade, focada no amor e na unidade, a espiritualidade da unidade, fruto de um carisma entregue pelo Espírito Santo a Chiara Lubich, para responder aos desafios e às expectativas da humanidade de hoje. E não é mesmo especial ter um carisma de unidade e fraternidade quando o mundo caminha rumo a uma civilização cada vez mais cosmopolita e plural?

A seguir, Chiara mesma responde algumas perguntas sobre a espiritualidade da unidade.

Antes de tudo, o que é uma espiritualidade?

Chiara:

“Uma espiritualidade existe porque existiu uma vida que a elaborou. Uma espiritualidade é como o sumo espremido de um cacho de uvas.  Uma espiritualidade é o sumo de uma vida”.

Qual foi a primeira centelha inspiradora da espiritualidade da unidade?

Chiara:

“Simples como todas as coisas de Deus. Durante o flagelo da guerra, tivemos uma nova revelação sobre a verdadeira essência de Deus: Amor.

Mas era necessário retribuir o amor. Como? “Não quem diz Senhor, Senhor, mas quem faz a vontade de meu Pai...” (cf Mt 7, 21).

O Espírito (que gostaria de chamar de carisma da unidade) começava a iluminar as Palavras do Evangelho, de modo especial aquelas que enfatizavam o amor – amor a Deus, amor ao próximo, o amor recíproco.

Nós procurávamos vivê-las e comunicávamos as experiências. E assim, tudo mudava: o relacionamento com Deus, com os próximos, com os inimigos.  Sentimos que a vida cresceu em qualidade. Experimentávamos segurança, uma alegria jamais sentida, uma paz nova, uma luz inconfundível. Era Jesus que cumpria entre nós as suas palavras: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, no meu amor, ali estou eu no meio deles (Cf. Mt 18,20). Mas precisava seguir o Amor mais explícito, Jesus crucificado, para realizar a unidade.

Compreendemos a Eucaristia como geradora e vínculo de unidade; Maria como Mãe do Belo Amor e da unidade; aprofundamos a Igreja como comunhão no amor; o Espírito Santo como o Amor personificado.

Estas palavras e realidades do Evangelho, que nos tinham envolvido de modo especial, começaram a dispor-se como linhas de uma nova espiritualidade centralizada no amor e na unidade: a espiritualidade da unidade que cria um novo estilo de vida. Com uma característica peculiar: ela não é vivida só pelos indivíduos isoladamente, mas numa forma comunitária”.

O que mudou na sua vida e na de todos os que a seguiram?

Chiara:

“Através dessa espiritualidade, homens e mulheres de todo o mundo estão hoje tentando ser, lenta mas decididamente, ao menos lá onde se encontram,  sementes de um povo novo, de um mundo mais solidário,  principalmente com os mais abandonados, os mais pobres: sementes de um mundo mais unido.

Com ela é possível dar uma contribuição em toda parte, para sustentar com um suplemento de alma e de amor os esforços que já se verificam nessa direção.

O mundo de hoje exige uma espiritualidade?

Chiara:

Homens, mulheres, jovens, hoje carregam no íntimo uma grande exigência de espiritualidade.  Têm sede de uma mística – como repete Papa Francisco – “na qual o movimento para o interior de si mesmo corresponda a caminhar para fora de si”.

Chiara, já anos atrás, percebeu qual é a grande atração dos tempos modernos:  “atingir a mais alta contemplação e manter-se misturado entre todos, ombro a ombro.

Santo João Paulo II, olhando rumo ao Novo Milênio, afirmou que “precisa promover uma espiritualidade da comunhão” e a definia como “o grande desafio que nos espera no início deste terceiro milênio, para ser fiel ao desígnio de Deus e corresponder às expectativas mais profundas do mundo” (cf. n. 43).

Esta espiritualidade comunitária está necessariamente ligada a uma Igreja?

Chiara:

Não, é universal e pode ser vivida por muitos. Por ela, com efeito, abriram-se fecundos diálogos com todos os homens, com cristãos de muitas Igrejas, com fiéis de diversas religiões e com pessoas das mais variadas culturas, as quais encontram enfatizados nela os valores em que acreditam. Juntos nos encaminhamos para aquela plenitude da verdade que é a nossa meta.